sábado, 24 de fevereiro de 2018

A ‘Síndrome de Huck’ (ou a morte da aristocracia do texto)


Grande parte da frustração/incompreensão/fobia dos colunistas "old school" com relação ao Facebook é puramente de ordem libidinal. É algo tão simples de explicar que chega a dar preguiça. Por isso, vou complicar um pouco e vou acrescentar outros ‘sujeitos’ à pesquisa.

Não se trata apenas de colunistas, bem entendido. São artistas, escritores, celebridades e subcelebridades com pendores político-existenciais de toda sorte e uma dose maciça de PCA (Puta Carência Afetiva) - além, é claro, do péssimo hábito de serem paparicados desde a mais tenra construção analógica da fama.

Sim, essas criaturas são do período pré redes sociais e não se adaptaram a ele. A seleção natural já os excluiu desse processo da evolução do universo simbólico-social. A transição, no entanto, é lenta. Eles vão reclamar até que ninguém mais dê bola (até a imprensa deixar de publicar suas reflexões profundas e saudosistas).

O elemento homenageado de hoje é o colunista de jornal tradicional. Mas poderia ser um ator da Globo, um ex-participante de BBB, um jogador de futebol, um escritor consagrado, um professor renomado ou mesmo um apresentador de televisão.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

A blogosfera e os acontecimentos políticos

E a blogosfera - o termômetro político mais confiável neste momento - acentuou a percepção sobre o significado da intervenção militar no Rio. Requião, no 247, antecipa que ela tem como objetivo o caos, para, assim justificar o cancelamento das eleições.
Kátia Abreu, no mesmo 247, diz que a intervenção é cortina de fumaça para atenuar a derrota do governo na reforma da previdência (leitura compartilhada pela grande imprensa).
Nassif põe a conta na Globo, com extrema fidelidade aos fatos. Deixa entrever que o desfile da Tuiuti realmente atingiu o governo e aponta para o recrudescimento do golpe, mais uma vez.
O Tijolaço costura mais um texto épico, sobre o comandante da operação, o general Braga Neto. Fernando Brito questiona se o general vai combater o crime organizado de frente ou se vai apenas fazer pirotecnia. Óbvio que ele sabe que é a opção 2. Mas Brito é tão correto e tem tanto caráter, que deixa em aberto a soberania estratégica do quadro militar.