quinta-feira, 9 de abril de 2020

Se não tomar cloroquina, leva bala!


"A comunidade científica internacional deveria soltar pelo menos um comunicado. A OMS poderia divulgar uma mensagem devidamente investida do tom que a gravidade do assunto enseja"

A pressa para se enfiar a cloroquina goela abaixo das cobaias brasileiras é em função do grau avançado nas pesquisas em Cuba e na China.
O prognóstico óbvio é que a medicina cubana ofereça em breve a cura definitiva para os infectados de coronavírus.
Eles são os responsáveis pelos avanços mais espetaculares da ciência médica dos últimos 20 anos (e nenhum cubano ganhou o Nobel, vejam que coisa).

Depois, se a cloroquina não der certo, é só jogar a culpa na dosagem, na imperícia dos médicos brasileiros e agregar mais uma droga para o "coquetel de cura", que pode até mesmo ser a droga que está sendo gestada em território cubano.
O estrago já estará feito.
A comunidade científica internacional deveria soltar pelo menos um comunicado. A OMS poderia divulgar uma mensagem devidamente investida do tom que a gravidade do assunto enseja.
Mas a pandemia de covardia precede a pandemia de coronavírus.
A rigor e portanto, o que se busca é apenas e tão somente a hegemonia política e econômica em torno da medicação mais lucrativa e estratégica da história da humanidade.
Alguém quer discutir isso?
É claro que não. Discutir isso dá uma trabalheira danada.
Vamos aceitar o papel de cobaias e seja o que deus quiser.
Afinal, que medinho é esse de morrer? Coragem!
*
Só para constar:
1. Bruno Covas anunciou cloroquina nos hospitais públicos de São Paulo;
2. Mandetta defendeu o uso da cloroquina;
3. Jornais mudaram o tom para reportar a droga (matérias aos montes defendendo o uso do medicamento, bem ao gosto do jornalismo de aluguel);
4. Roberto Kalil deu o tom ao defender a cloroquina e abriu as portas para os empresários da indústria farmacêutica se refestelarem com a venda do produto (empresários que são os verdadeiros "mantenedores éticos" da medicina brasileira desde seu surgimento).
O desafio do Brasil agora não é combater a pandemia. É vender o máximo possível de cloroquina.
O tema agora é cloroquina.
Jornais só falarão em cloroquina.
Bolsonaro conseguiu. É um gênio. Mil Jim Jones não dão um Bolsonaro.
E se você está triste ou insatisfeito, toma cloroquina que passa.

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