"Por mais abjetas e fracassadas as ideias que ela defendia, não há nada que justifique tortura especialmente por órgãos de Estado, como aconteceu na ditadura militar brasileira", disse William Waack sobre Dilma Rousseff.
Vejamos alguns pontos técnicos do discurso de Waack:
1. Ele trata a tortura como uma prática a ser "evitada", não "rechaçada" ou "combatida" (é uma questão de tom do discurso);
2. Ele estabelece o pressuposto de que Dilma merecia um "castigo" - decorrente da construção gramatical 'por mais que' + 'não há nada que justifique';
3. Ele chama de "abjetas e fracassadas" as ideias relacionadas à defesa da democracia subscritas na biografia da ex-presidenta;
4. Quando alguém diz "não há nada que justifique a tortura", está deixando entender que a tortura entra no campo argumentativo das "justificações". Waack pressupõe que, em algum mundo, a tortura poderia ser 'justificada';
5. Usar o sentido de 'justificar' para falar de tortura é legitimar semântica e argumentativamente a prática de tortura;
6. Condicionar a "não justificativa" da tortura à premissa de que a 'torturada' tinha ideias "abjetas e fracassadas" é abrir espaço para que a tortura seja justificada em outras circunstâncias.
A William Waack, poderíamos dizer: tortura se combate com veemência não com eufemismos - nem ginástica retórica.
Mas, fiquemos por aqui. Não é preciso dizer muita coisa sobre William Waack. Quando alguém é demitido da Globo por suposta prática de racismo, os fatos falam por si.
Porque esse jornalista não escreveu de forma clara.Tortura é inaceitável?Fez uma firula para escrever,várias besteiras.Se ele tem liberdade pra escrever esse texto que não concordamos,muita gente foi torturada e morreu. Que vergonha desse tipo de jornalista.Ainda bem Conde,que vc nos explica,qual é o significado real desse texto.Obrigada e Feliz Ano Novo,lutando pela democracia,todos vamos vencer esse governo criminoso.
ResponderExcluirAinda bem que o traste w.w jazz no vale do esquecimento.
ResponderExcluir