Conde em Off: Direita quer o impeachment para encurralar Lula, por Passarinho Azul

Hoje, vou estrear uma brincadeira diferente. Vai se chamar “Conde em Off”. Antes, uma história para contextualizar. 

 

Além de vocês, eu tenho travado interlocução com algumas pessoas realmente interessantes. Privilégio puro.

 

Ocorre que, depois de receber mensagens de alta densidade política, eu não tenho como compartilhar publicamente (pelo motivo óbvio de que é uma conversa privada). Eu poderia - claro - tomar a mensagem para mim, re-escrevê-la e assinar. Mas, aí, perderia toda a graça (para além do fato de ser algo um tanto desonesto). 

 

Usar o protocolo jornalístico (velho, ultrapassado, precarizado) de mencionar sem citar a fonte seria igualmente uma prática mesquinha - sobretudo, por se alinhar à escola de jornalismo apodrecida que nos circunda a ideia. 

 

O que fazer? 

Tumultuar! 

 

A partir de hoje, passarei a publicar na íntegra mensagens de interlocutores não identificados (como óvnis) sob a missiva de ‘passarinhos coloridos’. Um dia será o passarinho azul, noutro dia o passarinho vermelho e, assim por diante.  

O que vocês acham? Enfim, agora é tarde. Segue a reflexão do “Passarinho Azul”, diretamente das profundezas do meu WhatsApp. 

 

“Conde, a direita, os empresários, a grande mídia, os bancos e o capital financeiro querem o impeachment.

Só o impeachment abriria espaço pleno para a entrada de um novo personagem capitaneado por interesses desta elite acima. Assim, uma nova polarização se iniciaria, não mais entre extrema direita (bolsonarismo) e esquerda (lulismo), mas, sim, entre Lula e a centro direita liberal (velha ordem de sempre), mais digerível à classe média, isolando novamente Lula como elemento perigoso, corrupto e outras mazelas mais que, neste momento, estão sendo construídas com requinte por setores interessados em impedir seu retorno. 

Repito: o impeachment me parece, por mais irônico e contraditório que seja, uma estratégia da esquerda e da direita. Politicamente falando, seria um alívio, afastando de vez a possibilidade de retorno de Bolsonaro - sem falar que revelaria ao Brasil para que serve um impeachment, deixando claro que aquele inventado contra Dilma tratou-se de um golpe mesmo. 

Mas a ideia de um golpe sutil está a caminho. Não se iluda. Após o impeachment, vem o golpe sutil, educado, transmitido em rede nacional, editado, embrulhado com açúcar de telenovela. São Sebastião vivo e jovem, montado em seu cavalo branco como leite.

Precisamos nos fortalecer para este segundo movimento, quando o inimigo do povo seremos nós. Assim será vendido: “ Lula de novo?” Etc etc. 

Como se vê, nesse “primeiro ato” - o impeachment - todos concordamos, direita e esquerda.  

Mas, muita atenção: a juventude, os estudantes, os trabalhadores, os periféricos - e todos os seus desdobramentos de raça, gênero e religião - precisam ser “alertados” para esta nova polarização anunciada que será criada a partir da possibilidade de um impeachment.”