Uma homenagem a Wilson Ramos Filho, o Xixo, por Gustavo Conde

Essa homenagem de Fernando Carvall a Wilson Ramos Filho, o Xixo, reforça a imensa admiração que tenho pelos dois.  Carvall consegue a proeza de produzir um “lineamento geométrico” pleno de afeto. Cada linha, cada bloco, cada sombreado é revestido de profundo sentimento e rigor estético. Ele humaniza as formas - paradoxalmente ao que se poderia pensar (em função dos planos ‘matemáticos’).  

É o efeito especular das atividades linguageiras, afinal “a língua não é idêntica a si mesma”, como diria a linguista francesa Jacqueline Authier-Revuz. 

 

Xixo, por sua vez, é a generosidade corrosiva encarnada. Um dos melhores textos que já li e um compromisso inarredável com a democracia e com o Brasil. 

 

Nem todo mundo sabe da importância fundamental de Xixo em toda estrutura de ‘proteção’ a Lula em Curitiba, nos longos 580 dias em que ele esteve preso político. Xixo brigou na esfera jurídica, deu suporte aos movimentos sociais, ajudou a viabilizar as atividades da Vigília Lula Livre, encampou publicações denunciando a operação Lava Jato, enfim, lutou como um operário de soberania pela libertação de Lula. 

 

Em cada pedaço das conquistas coletivas de Lula pré e pós prisão política há pelo menos um dedo de Xixo - ademais, a paixão de Xixo por Lula e de Lula por Xixo é algo que nem me cabe descrever aqui: são dois queridos que se respeitam e se gostam em toda a dimensão da política e das relações humanas. 

 

Xixo e Carvall, Carvall e Xixo, agora eternizados nessa ilustração magnífica. 

 

Beijos aos dois - que amo de paixão.