Os jornalões apresentam esses dados quase toda semana, mas omitem o “mergulho”, enunciando que a catástrofe é referente à última década - uma fake news olímpica, porque de 2010 a 2015, mesmo com baixo crescimento, nós ainda apresentávamos evolução em todos os indicadores sociais.
O jornal Folha de S. Paulo crava um título de manchete digno de mídia alternativa: “Brasil empobrece e fica mais distante do mundo”.
Bem diferente daquele ciclo de matérias sobre a “retomada econômica”, sob Temer e, depois, sob Bolsonaro. Vocês lembram? Um otimismo editorial tosco que serviu para manter muita gente sob o cabresto ilusório de que “tiramos o PT e tudo melhorou”.
Aliás, esse é o ponto.
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Nem com todas as estatísticas do mundo, a imprensa brasileira fará a autocrítica do século (que a espera sentada): nos governos do PT, o país tinha comando e tinha qualidade no comando.
É até covardia: pegue-se todos os números econômicos dos governos Lula e Dilma e compare-se com quaisquer outros governos, Itamar, FHC, Temer e Bolsonaro: é goleada atrás de goleada.
Era isso que explicava as 4 vitórias seguidas do Partido dos Trabalhadores no âmbito nacional. Para os que acham e gostam de achar que o eleitor brasileiro é “burro”, eis uma dura realidade.
O que explica a eleição de Bolsonaro, então, não é mesmo? - perguntariam os céticos.
Precisa desenhar? Primeiro, o golpe de 2016, que estilhaça toda nossa institucionalidade. Segundo, a prisão de Lula - e, desde sempre, a atuação temerária e antidemocrática da Rede Globo de Televisão.
E, pasmem: quase perderam.
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Em tempo: muito se prognostica por aí com base satírica. Peço vênia para prognosticar com base empírica: 2021 vai ser um ano bom para o PT.
Não temos eleições, os governantes de turno terão de mostrar algum serviço e as estatísticas catastróficas do país terão de ser obrigatoriamente mostradas pelo jornalismo convencional.
O caos sanitário e o respectivo desastre já comprovado na vacinação em massa irão, a duras penas, começar a erodir a nossa assombrosa paciência popular - oriunda de nossa tradição secular de escravidão institucionalizada.
200 mil mortes - aparentemente, até aqui - diluem-se facilmente no universo moral massacrado de 2010 milhões de brasileiros com medo, tutelados por uma opinião pública omissa e covarde.
Mas, fome, desemprego, caos social, violência, desabastecimento, apagões e mutação viral podem tirar a classe média dos sofás esterilizados e a massa trabalhadora da mordaça midiático-policial (se reclamar, leva tiro e é cancelado).
Se eu estou comemorando esse cenário tenebroso?
Sim, estou.
Porque se eu comemorasse a manutenção assistida desta carnificina social silenciada pela mídia, aí, sim, eu estaria sendo desumano e hipócrita.
Reitero: 2021 será o ano decisivo para que tiremos Lula e o PT do ‘cercadinho midiático’ imposto por nossas elites: comparativamente, não há campo político neste país que ‘pareie’ com o Partido dos trabalhadores no que diz respeito à governança pública e ao respeito intransigente pela dignidade humana.
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Uma advertência se faz necessária, no entanto: não será recomendável para os setores autoidentificados como democráticos prosseguirem ‘terceirizando a culpa’ e/ou continuar ‘rifando a responsabilidade’.
Muitos de nós gostaríamos que o PT resolvesse tudo sozinho, que Lula viesse montado em seu cavalo branco e introduzisse sua adaga incandescente no bucho apodrecido de Sua Excelência Rastejante, o Verme.
Lamento, mas isso não vai acontecer.
Primeiro, porque Lula não é adepto da violência (segundo, porque se ele tivesse que montar em algum quadrúpede, não seria em um cavalo branco, mas em um jegue forte, soberano e teimoso).
Traduzindo o contexto: passou da hora de a população brasileira que se dá o respeito tomar as rédeas do país. Nós precisamos re-legitimar o PT no circuito da representação popular - não apenas ficar criticando e cobrando. Nós devemos isso ao PT.
É hora, portanto, de inverter o processo.
É a decantada ‘inversão de prioridades’ do padrão PT de governança pública, mas agora, realizado por nossa residual - se é que ainda existe - consciência política. Ou: não é o PT que tem de ‘resolver a parada’, mas nós é que temos de devolver ao PT as condições para que ele possa tentar mais uma vez ‘resolver a parada’.
Isso inclui o desenho recém estabelecido pelo PT na articulação pela presidência da Câmara.
Aliar-se ao “bloco de Rodrigo Maia”- sic - é uma espécie de aceno do PT aos 558.088.000 de votos majoritários que obteve ao longo dos últimos 31 anos (soma dos votos de Lula, Dilma e Haddad). Significa: estamos de volta ao jogo - e não jogamos sozinhos.
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Há, no entanto, um adendo semântico a ser postulado. O nome do bloco não é “bloco do Rodrigo Maia”, como nossa imprensa preguiçosa faz acreditar. O nome é: “Bloco Anti-Bolsonaro”, com maiúsculas.
(Se se nomear errado, já se começa mal).
O detalhe importante que este bloco enseja é: passou da hora de o PT ter novamente a presidência da Câmara.
E, por mais que as eleições no Congresso sejam sui generis e atendam a uma lógica específica de correlação de forças políticas de bastidor, ela também é o desdobramento direto das eleições legislativas soberanas realizadas pelo eleitor brasileiro.
Ou seja: também passou da hora de as forças ditas progressistas saírem de suas posições de retaguarda e de medo e avançarem com ímpeto para a politização e nacionalização emergenciais do debate público, incluindo o “convescote” habitual das eleições no Congresso.
A imprensa e o próprio Rodrigo Maia querem uma eleição “asséptica”, indolor e sub-reptícia, que atenda aos interesses da manutenção de turno da correlação de forças: mais centro (mais contemporização) e menos polarização.
Se a esquerda aceitar esse jogo, levará mais uma surra do sistema - e restará na sarjeta, mais uma vez, chupando o pirulito amargo dos adultos inocentes.
A opção de fazer tudo à maneira das elites para não contrariá-la (circunscrever as eleições no Congresso ao debate interno do Congresso) já se demonstrou um fracasso desastroso. A prática é, além de tudo, canalha - não é secundário dar os nomes aos bois coronelistas da política conservadora brasileira.
É preciso, portanto, nacionalizar as eleições no Congresso para que a população possa participar do processo. Fugir disso é ser antidemocrático e aliado do sistema.
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Um dos corolários máximos da prática política e que ela não se limita a repetir fórmulas feitas. Para se ganhar espaço, é preciso ter capacidade de improvisação e atrevimento.
Nós estamos com déficit de bons improvisadores, na semi ausência de Lula deste tabuleiro infernal.
Rodrigo Maia e seu entorno estão claramente fragilizados depois da fracassada tentativa de golpe dentro do golpe para uma terceira reeleição nas casas legislativas - quase aprovada por um arremedo demoníaco de Suprema Corte.
O PT tem a maior bancada da Câmara. É natural que reivindique a presidência da casa.
Mas, para isso, precisa da restauração urgente da opinião pública.
Alguém aqui vai ficar esperando?
Tem até uma música,da PLEbe Rude, que se chama:Até quando esperar?Já ouvi e cantei muito.É a música do rock nacional,que melhor expressa, o que é a cruel desigualdade social.Quem melhor combateu isso e que tirou 40 milhões da miséria,o governo federal do Lula e da Dilma.Conde,vamos ser realistas,que eu sei que vc é,que não cria uma ilusão,para agradar o seu público e nem fica repetindo o que jornalistas da mídia alternativa,aliados as figuras de partidos de esquerda e intelctuais,querem fazer o público acreditar.Se o PT lançar candidatura a presidência da câmara,o bloco ANTI-BOLSONARO,como vc prefere dizer,com uma ressignificação da realidade que nenhuma manchete de jornal traz, nem a mídia alternativa e eu só concordo com vc,pois eu aprendi a interpretar as manchetes dos jornais,com a leitura crítica da realidade,que a imprensa de propósito,não fala com clareza da destruição do Brasil,por esse bandido,já que ela,sendo cúmplice do golpe contra a Dilma e defenderam a prisão ilegal do Lula,elegeu o Bolsonaro e hoje finge ser democrática,mas não pede o Fora Bolsonaro na manchete da capa do jornal.Vamos aos fatos Conde.Eu sei da sua defesa intransigente ao PT,mas o xadrez político,nesse momento no congresso é gravíssimo e haja inteligência,para os deputados e deputadas.raciocinarem,sem querer o protaganismo de ser o(a)candidato(a).Vc acredita mesmo,que uma candidata do PT,sim eu defende,de que a Benedita da Silva seja a lançada candidata,por ela ser uma mulher negra,que veio da periferia,combativa,digna e honesta.Seria um sonho termos a primeira mulher negra ede esquerda,eleita para a presidência da cãmara dos deputados.Mas acordando do sonho,isso não acontecerá e a realidade,meu querido é que o bloco ANTI-BOLSONARO,com partidos da direita,votariam mesmo,numa candidato ou candidato do PT?
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