sexta-feira, 7 de setembro de 2018

O Brasil é o País do Blefe


A fraude no 'atentado de Juiz de Fora' não consiste em saber se a faca entrou ou não entrou, se teve sangue ou não, se o esfaqueador obedeceu ordens ou não, se a cirurgia realmente ocorreu conforme o boletim médico divulgado ou não.

Mesmo com probabilidades imensas de não serem fatos, na esfera do discurso e das pressões ideológicas, tudo isso vira diversionismo.

A fraude é na interpretação do acontecimento. É no oportunismo eleitoral. É no subproduto noticioso desencadeado pela comoção cenográfica em torno de uma factualidade simples, que é uma ‘tentativa de agressão com objeto cortante’.

Essa é a fraude.

O evento de Juiz de Fora provavelmente irá provocar o cancelamento das eleições. Há militares ligados a Bolsonaro e a seu vice fazendo reuniões desde ontem.

Essa turma não está para brincadeiras.

Eles se sentiram encurralados pelo povo que vota no PT e partiram para o plano Z, já que o B, o C, o D e todo o maldito alfabeto latino de variáveis maquiavélicas fracassaram.

A fraude é o desdobramento, não a origem. Esse é o grande álibi discursivo dos eternos fraudadores de democracia: enquanto se discute se alguém pagou pelo 'serviço', o gerenciamento da informação institucional interessada deita e rola com seu encadeamento narrativo.

Neste momento, até a blogosfera tem medo. Entram em cena as palavras ‘cuidado’, ‘prudência’ e ‘cautela’, todas a serviço do silêncio, evidentemente.

O sintagma ‘teoria conspiratória’ também emerge com força, justamente para frustrar qualquer enunciado que destoe da linha oficial promovida pelas editorias institucionalizadas - pela história e não simplesmente pelo poder.

O jogo é pesado. A imprensa quer esmagar a internet e começa a conseguir o feito através deste acontecimento, mobilizando as próprias fobias adormecidas da cena crítica digital: todos, neste momento, têm medo.

Emblemático para uma imprensa que vira as costas para a realidade há tanto tempo e emblemático para o contraponto a esta imprensa – a cena digital – que se descobriu sem cacife técnico para disputar esse tipo de luta narrativa fratricida e extremamente perigosa.

A rigor, todos sabem do caráter fraudulento e intimidatório dirigido à esquerda subscrito em um acontecimento como aquele de Juiz de Fora. Mas quem vai ter a coragem de formular essas hipóteses em português claro?

Há, portanto, mortos e feridos do comentário político em todos os lugares, não apenas na imprensa museificada.

É nessa hora que recobro minha atenção à coragem e à força de Lula. Ele combate esse regime de fraudes narrativas desde 1978. Não tem medo, não recua, não ajoelha e não desiste.

Minha linha de pensamento crítico é essa.

12 comentários:

  1. Palavras, mais que de sobra até da triste realidade de um museu político não histórico.

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  2. Gracias por ayudarme a activar los módulos cerebrales porque a mi edad hay que estimularlos para evitar al alemán (Alzheimer) y al italiano (Franco Deterioro)

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  3. Blogosfera?sintagma?cena digital? Kkkkkkkkk. Raciocínio conturbado em um vocabulário rebuscado. Se não fosse pelas palavras complicadas e termos intelectualizados eu juraria que o texto era da Dilma.

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    1. Tem pessoas que se enrolam com alguma palavra menos usada, mas tem as mais modestas que não se deixam enganar! Golpe é golpe!

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  4. Muito bom argumento. Andamos neste momento em linha tênue para não descambar para a violência generalizada - proposição tão alardeada pelo fascismo de Bolsonaro. É pura encenação e as imagens confirmam que depois da estocada, que de fato ocorreu, porém não há como ter sido grave. É tudo uma grande farsa!

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    1. Teria que contar com a cumplicidade da equipe medica de Juiz de Fora e do Albert Einstein. Muita gente.

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  5. Isso mesmo... O problema é o quê vão querer fazer por causa do "atentado. O vice do COISA RUIM já iniciou as suas leréias...

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  6. Ha riscos adiante. Os bolsonaristas estão sendo convencidos que a culpa eh do PT.
    Podem criar atos violentos contra nossas mobilizacpes de campanha, acirrar mais ainda os animos, despolitizar as eleições em meio a clima emocional.
    As investigações podem ser feitas de modo a dar razoes para a certeza do general de pijama de que foi o PT.
    Todos sabíamos que a direita nao ia se conformar em ir para as eleições para ser derrotada.
    Nossa saída eh amplitude e cabeça fria. Sem negar a realidade de que a faca entrou. Duvidar de toda equipe medica de Juiz de Fora e do Albert Einstein eh ser cabeça dura demais.
    Fazer chacota ou duvidar da veracidade da facada pode enfurecer mais ainda a tropa de fans do fascista. Eh dar corda para nos enforcarem.

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  7. Q "Bom" né.. Gustavo poder abraçar seu "filho" e protegê-lo,da VIOLÊNCIA!(existente) Enquanto outros filhos de Policiais p/ Ex Mortos no Combate á "Violênvia) °°Para que Vc tenha esse DIREITO Já não podem fazer o mesmo!!E quantos "Outros" estao na mesma situação ?? É desse "BRASIL FELIZ DE NOVO" QUE TODOS NÓS QUEREMOS NOS LIVRAR!! QUEM TEM QUE TER MEDO É A BANDIDAGEM e Os CORRUPTOS que já estão e os que Ainda vão Ser PRESOS!!

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  8. Gustavo, boa noite! Você ou outro analista/linguístico explorou o ATO FALHO na declaração do nanojuizministreco (moro) de ontem, quando ele falou, com todas as letras, sobre o "ASSASSINATO" do miliciano Adriano?

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