domingo, 3 de janeiro de 2021

Começamos o ano com o pé esquerdo, por Gustavo Conde

Empresas de notícias "progressistas" investindo em massa na ideia de que a cena de Bolsonaro na Praia Grande foi uma "fraude".

Políticos e dirigentes partidários "à esquerda" repercutindo em massa as notícias da "fraude".
Militância digital - da ala "tutelada" - repetindo à exaustão: "foi fraude! Foi fraude!".
Como disputar narrativa assim?
A fragilidade do campo progressista pede socorro - e o sucesso retumbante da comunicação bolsonarista progride.
Ficar discutindo se as cenas da Praia Grande foram "armadas" é simplesmente tensionar o enorme vazio de conteúdo que habita a nossa cobertura jornalística.
Serve para esquentar likes, compartilhamentos e monetização. Favorece as empresas, não a opinião pública - nem a tentativa de conquista de espaço político e do coração do povo.
E convenhamos: é muito 'classe média' essa polêmica da "fraude da Praia Grande". Só acirra ainda mais o povão contra a pauta da governança responsável - portanto, é também uma irresponsabilidade editorial.
Seguimos aprendendo amargamente: como a esquerda não sabe usar as redes digitais em benefício próprio - uma coisa muito feia e egoísta, não é? - ela usa em benefício dos "outros".
Pensem na "facada" e no quanto essa polêmica - se a faca entrou, se Bolsonaro tinha câncer - ajudou e ajuda Bolsonaro.
O flerte do campo progressista com Rodrigo Maia desorganizou demais o trabalho narrativo de formiguinha que vínhamos fazendo a duras penas. Para a esquerda, a contradição ideológica de superfície é assaz deletéria - o pragmatismo lhe é estruturalmente tóxico (todo mundo sempre soube disso).
Nesse contexto, analistas e mídias são tomados de arrasto. A gente nem sabe mais se o cara é deputado ou colunista, se é dirigente ou jornalista. Tudo vira um clubinho homogêneo que nos prende ao passado e que nos impede de ampliar discussões.
Enquanto isso, as inúmeras aglomerações de fim de ano precipitam a carnificina certa de janeiro.
E aí? Vamos falar de fraude?
Começamos o ano com o pé esquerdo.

2 comentários:

  1. Teve gente que pagou superchat,afinal isso é lido,pois mantém o canal da mídia progressista, jurando que tem até vídeo da armação da Praia Grande e o pior,o jornalista concordando,muita gente no bate comentando é fraude,tudo orquestrado.Mas como o cidadão é presidente vira notícia, infelizmente.Acredito que vc deve pensar prego no deserto?Bolsonaro é isso daí, eu aprendi,com vc e com o Fernado Horta,não governa,cada vez mais vai fazer essas cenas ridículas,pois ele é assim,um fascista e vai ter gente o apoiando pois são tão ignorantes e desumanos que nem ele e nós sofrendo do nosso lado,para que a esquerda não caia nessa comunicação dele.Como eu gostaria que o seu artigo fosse lido pela Gleisi,afinal ela não é presidenta do PT? Qual o partido de fato que é oposição ao Bolsonaro? O PSOL vai conquistar toda a militância do PT para ele? Enquanto isso, continuam as mortes por Covid aumentando,fome,desemprego,inflação, violência.Haja pé de coelho,para a esquerda,ir para a guerra narrativa com uma comunicação forte,visceral,que seja de um estrangeiro,que nem vc sugeriu,mas que não deixa esse psicopata, continuar a fazer o discurso dele falso,para continuar engando o povo.

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