quarta-feira, 21 de março de 2018

A recomposição partidária brasileira - Parte 1, por Gustavo Conde

A situação é simples. O poder instituído e opressor precisa de um posto avançado nas fileiras populares de fato. Antes, esse posto era o PSDB, um partido supostamente de centro-esquerda e supostamente com projeto. O PSDB bastava para Folha, Globo et caterva como uma grife, uma marca que lhes permitissem dizer: olha como nós nos preocupamos com a questão social.

Essa marca morreu. O PSDB é o partido mais rejeitado do país - isso está nas pesquisas do 360, do Vox Populi e do Paraná Pesquisas, direta ou indiretamente. O PSDB virou um partido de direita, com bandeiras similares às de Jair Bolsonaro. Eles só não assumem essa condição de uma vez porque continuam em cima do muro. O PSDB é a covardia em forma de partido político.

Isso posto, o consórcio de poder classista precisa de uma marca adicional para poder continuar "dialogando" com segmentos progressistas. Sem segmento progressista - e isso deve estar no manual de redação política interna dos Frias e dos Marinhos - não se hegemoniza o termômetro da democracia controlada.


A situação é simples. O poder instituído e opressor precisa de um posto avançado nas fileiras populares de fato. Antes, esse posto era o PSDB, um partido supostamente de centro-esquerda e supostamente com projeto. O PSDB bastava para Folha, Globo et caterva como uma grife, uma marca que lhes permitissem dizer: olha como nós nos preocupamos com a questão social.

Essa marca morreu. O PSDB é o partido mais rejeitado do país - isso está nas pesquisas do 360, do Vox Populi e do Paraná Pesquisas, direta ou indiretamente. O PSDB virou um partido de direita, com bandeiras similares às de Jair Bolsonaro. Eles só não assumem essa condição de uma vez porque continuam em cima do muro. O PSDB é a covardia em forma de partido político.

Isso posto, o consórcio de poder classista precisa de uma marca adicional para poder continuar "dialogando" com segmentos progressistas. Sem segmento progressista - e isso deve estar no manual de redação política interna dos Frias e dos Marinhos - não se hegemoniza o termômetro da democracia controlada.

Ora, ora, ora. Quem sobrou para a Globo? O cenário é de guerra. Há uma infinidade de partidos de aluguel na praça. PSB e PDT se enfraqueceram muito nos interstícios do golpe e da fisiologia. O PT é o inimigo a ser combatido - porque é o partido mais popular do país. A alternativa para a Globo fazer o seu recall político é o Psol.

Entendam meus amigos psolistas que eu pontuo sobre essa questão por 5 motivos: 1) eu sou a lagartixa falante (não tenho rabo preso nem comigo mesmo); 2) respeito o Psol; 3) não quero ver o Psol como posto avançado da Globo; 4) o Psol ser cobiçado pela Globo pode ser tomado como um elogio: a marca é boa (e é mesmo); 5) O momento de o Psol crescer chegou e seu custo também.

A Globo quer o Psol. Pediu em casamento domingo no Fantástico e ontem no Jornal Nacional. Vem pedindo delicadamente há uma semana como se fosse um assediador de velório, aproveitando-se da comoção da viúva que acabou de perder uma fonte imensa de simbologia e caráter (Marielle Franco).

É degradante. Agora, pergunto: relatar isso é querer dividir a esquerda? É querer implodir o Psol? É semear a discórdia? E querer fla-flu?

Acho que partidos ou quem fala pelos partidos têm que se lamentar menos e argumentar mais. Essa luta fratricida pelo espólio do PT me soa um pouco covarde e oportunista. Eu não costumo ficar reclamando, eu enuncio, eu formulo hipóteses e cenários. Estou na minha, digamos assim. Não quero vaticinar, mas não quero me omitir.

De sorte que o Psol precisa abrir os olhos. Ou fechar e ser feliz. Ter um suporte como a Globo dá ao Psol o governo do Rio fácil, fácil. É o voo do Ícaro. Querem arriscar, arrisquem. O partido é livre para fazer que quiser.

O que chama a atenção é que a associação à marca Globo é também uma maldição. Se, por um lado, é um pacto estratégico que empodera e muito, por outro, é a desgraça publicitária em carne e osso, recheada em requintes de crueldade com a tragédia da execução de uma ativista genial.

A esquerda como um todo tem que entender que a Rede Globo é inimiga do país. Será que isso não ficou claro? É certo que é preciso coragem para entender isso, mas a senha está sendo dada dia após dia, sobretudo pelo aparelhamento do STF e pela proteção ao governo golpista.

O Psol merece meu respeito, não meu desprezo. Eu poderia comemorar esse naufrágio anunciado. Se esse caminho for seguido pela cúpula carioca adocicada deste partido, esses ativistas que hoje se queixam do meu alerta, estarão amanhã vociferando com suas respectivas decepções ao partido que um dia lhes pareceu um sonho de revolução.

A disputa política partidária real não é um brinquedo de frases feitas, simplismos e negações. A disputa politica real exige clareza interna e independência intelectual. É isso que caracteriza um partido político que pretende modificar a realidade - e não replicá-la para dela se favorecer.

Ora, ora, ora. Quem sobrou para a Globo? O cenário é de guerra. Há uma infinidade de partidos de aluguel na praça. PSB e PDT se enfraqueceram muito nos interstícios do golpe e da fisiologia. O PT é o inimigo a ser combatido - porque é o partido mais popular do país. A alternativa para a Globo fazer o seu recall político é o Psol.

Entendam meus amigos psolistas que eu pontuo sobre essa questão por 5 motivos: 1) eu sou a lagartixa falante (não tenho rabo preso nem comigo mesmo); 2) respeito o Psol; 3) não quero ver o Psol como posto avançado da Globo; 4) o Psol ser cobiçado pela Globo pode ser tomado como um elogio: a marca é boa (e é mesmo); 5) O momento de o Psol crescer chegou e seu custo também.

A Globo quer o Psol. Pediu em casamento domingo no Fantástico e ontem no Jornal Nacional. Vem pedindo delicadamente há uma semana como se fosse um assediador de velório, aproveitando-se da comoção da viúva que acabou de perder uma fonte imensa de simbologia e caráter (Marielle Franco).

É degradante. Agora, pergunto: relatar isso é querer dividir a esquerda? É querer implodir o Psol? É semear a discórdia? E querer fla-flu?

Acho que partidos ou quem fala pelos partidos têm que se lamentar menos e argumentar mais. Essa luta fratricida pelo espólio do PT me soa um pouco covarde e oportunista. Eu não costumo ficar reclamando, eu enuncio, eu formulo hipóteses e cenários. Estou na minha, digamos assim. Não quero vaticinar, mas não quero me omitir.

De sorte que o Psol precisa abrir os olhos. Ou fechar e ser feliz. Ter um suporte como a Globo dá ao Psol o governo do Rio fácil, fácil. É o voo do Ícaro. Querem arriscar, arrisquem. O partido é livre para fazer que quiser.

O que chama a atenção é que a associação à marca Globo é também uma maldição. Se, por um lado, é um pacto estratégico que empodera e muito, por outro, é a desgraça publicitária em carne e osso, recheada em requintes de crueldade com a tragédia da execução de uma ativista genial.

A esquerda como um todo tem que entender que a Rede Globo é inimiga do país. Será que isso não ficou claro? É certo que é preciso coragem para entender isso, mas a senha está sendo dada dia após dia, sobretudo pelo aparelhamento do STF e pela proteção ao governo golpista.

O Psol merece meu respeito, não meu desprezo. Eu poderia comemorar esse naufrágio anunciado. Se esse caminho for seguido pela cúpula carioca adocicada deste partido, esses ativistas que hoje se queixam do meu alerta, estarão amanhã vociferando com suas respectivas decepções ao partido que um dia lhes pareceu um sonho de revolução.

A disputa política partidária real não é um brinquedo de frases feitas, simplismos e negações. A disputa politica real exige clareza interna e independência intelectual. É isso que caracteriza um partido político que pretende modificar a realidade - e não replicá-la para dela se favorecer.

2 comentários:

  1. Espero q vc seja um excelente músico.
    Sabe informar em qual canal o lula assistiu o jogo Palmeiras x Corinthians?

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    1. É por isso que a aliança do psol seria ganhadora no rio. Mas é pacto demoníaco. ...

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